Prolongamos em maio em nosso espaço a temporada do espetáculo resultante de nossa mais recente pesquisa teatral: rascunho para Cabaré Coliseu.
Sinopse
rascunho para Cabaré Coliseu desenvolve-se a partir de uma estrutura cabarelística em três planos. O dos narradores-atores – que se perguntam o que estariam fazendo ali. O dos Mestres de Cerimônia, que trabalham junto ao espectador um cabaré imaginário. Ou seja, sugerem através da narrativa imagens e situações do que estaria acontecendo ali naquele palco vazio, e dali surgem figuras de pensadores que conversam sobre conceitos que estruturariam o pensamento de seu tempo sobre o “homem e a sociedade”. E finalmente, num terceiro plano, os mesmos Mestres de Cerimônia, além desta função primordial, desenvolvem situações e histórias como números cabarelísticos. E se revezam como narradores-personagens. Neste terceiro plano trabalha-se sobre a figuras de pessoas comuns – figuras femininas – acossadas em vários momentos históricos pela cultura hegemônica na luta de classes. Pela dominação Masculina/Capitalista.
Pesquisa
Resultado da última pesquisa teatral da Companhia do Feijão, rascunho para Cabaré Coliseu traz em sua dramaturgia e encenação algumas histórias e conceitos. Histórias e Conceitos que, igualados em suas funções fabulares teatrais, seguem uma mesma linha, ou seja, que buscam um sentido da encenação para a recepção – buscam a comunicação ativa com um espectador ativo. Um sentido não final, fechado, mas um sentido em leituras presentes do que fomos e do que pretendemos SER. Significados presentes para as experiências de vida pelas quais passamos. Que pretendem fazer DIALOGAR (no sentido utópico) o EU com o EUS e os EUS com os NÓS HISTÓRICOS.
Uma recolocação do gênero épico/narrativo para os dias atuais. Um “continuar a pensar” sobre as estruturas e conteúdos teatrais que mirem no “Futuro da Realidade”. Uma (…) Realidade menos morta (…) – para citar o poeta da canção.
Assim, a forma CABARÉ calcada em Números, situações, se reapresenta para a Companhia do Feijão como um caminho para o desenvolvimento de uma estrutura narrativa geral que sintetiza acontecimentos que independem da forma dramática. Uma independência da unidade dramática Aristotélica – ainda hegemônica no imaginário da maioria dos espectadores teatrais.
A estrutura Cabaré/fabular (tanto das histórias quanto dos conceitos – tratados como histórias) ressurge e pretende estimular o espectador para que ele “trabalhe” com o espetáculo que lhe é apresentado. Permite que ele jogue, brinque com os conteúdos e com as formas (que lhes são apresentados) sem esquecer do primeiro princípio teatral: a Diversão.
- Texto e Direção: Pedro Pires
- Em cena: Eduardo Schlindwein, Fernanda Haucke e Zernesto Pessoa
- Cenário: Pedro Pires
- Figurinos: Silvana Marcondes
- Iluminação: Pedro Pires e Zernesto Pessoa
- Sonoplastia: Pedro Semeghini
- Fotos e vídeo: Alan Siqueira
- Colaboração artística: Vera Lamy
- Assistência de Figurinos: Isa Santos
- Assistência de Vídeo: Débora Xavier
- Estagiária: Aurora Bolaffi Pires
- Realização: Companhia do Feijão
- Temporada: 4 a 26 de maio, sábados e domingos às 20h
- Duração: 75 minutos
- Classificação etária indicativa: 10 anos
- Ingressos: pague quanto puder – bilheteria aberta 1 hora antes das apresentações – sem possibilidade de reserva
- Onde: Companhia do Feijão – R. Dr. Teodoro Baima 68 – República – com acesso a cadeirantes
- Capacidade: 40 lugares